quarta-feira, 18 de julho de 2007

Elis, O Rei da Xebaia



Um senhor de 60 e poucos anos, com muita grana. Ele se intitula "Elis, el terrible, o Rei da Xebaia", seja lá o que isso signifique. Dizem que era um rapaz pobre com um sonho de ser cantor de trio elétrico, como todo baiano. E dizem que teve que esquecer o sonho. Cresceu, ficou rico e voltou ao sonho de juventude com menos cabelo e muitos quilos a mais na cintura. Elis é um alter-ego, uma coisa meio Elvis Presley. Meio mesmo, porque ele comprou uma peruca "nos Estados Unidos", como gosta de dizer, e tem certeza que ficou a cara do cantor america. E coloca, em cima de um trio elétrico alugado, uma moto Harley, um jet sky ou qualquer outra coisa de ostentação. Elis passou na primeira noite do carnaval de Salvador (uma quinta) numa animação de sonho. Alguns músicos e duas mulheres que fazem o corinho de chorar de rir.
O travestido comerciante vira artista no carnaval. Montado no alto do trio, ele canta o "Rock das Aranhas" ou então uma coisa como "agarra o homem, meu bem. Pensando em mim". Um coisa meio twist, meio Jovem Guarda, meio qualquer coisa dos anos 60,70. Qualquer música vira uma saudosa melodia da juventude.
Ele passa, arranca risos, aplausos.
Segue, invariavelmente, com uma sunga preta que me lembrou o Sr. Incrível nos primeiros minutos do filme, apertadinha, a barriga pulando e uma bundinha mínima.
No dia seguinte, estava lá. No mesmo figurino. Arrasando no Farol da Barra.
Elis, "el terrible" virou uma atração na folia baiana.
Depois dele veio o Psi,Psirico. Mas essa é outra história. Depois eu conto como Gabi, Barbie, Augusto e eu levantamos a moral do pobre cantor, que se achou o tal com tantos gritos. Tinha até uma turma de mineiros que acompanhava cada movimento do grupo carioca-gaúcho. Elis era nosso ídolo. Psirico, nossa farra musical.